C-Drama: My Unicorn Girl (2020)

Ah, os dramas chineses e toda sua estética lavada de branco que faz tudo parecer em cores pastéis! Confesso que nem estava com tantas saudades, mas o plot de algumas histórias têm me chamado a atenção mais recentemente e acabei pegando um bando de séries para ver. E, claro, que o meu trope favorito de gender-bender não estaria excluído disso.

Aliás, você vai notar pela sinopse desse drama que nem só de um trope vive um drama chinês e esse daqui conseguiu reunir um monte deles, como “eles se conhecem desde antes”, “ele tem um problema incomum”, “ela tem um poder incomum” e quando você menos espera surge mais algum trope aleatório para possibilitar a existência de cenas-chave.

Sang Tian (Sebrina Chen) sempre viveu uma vida dupla, por vezes assumindo o lugar do irmão Sang Zhan (Ao Zi Yi) em competições de hóquei e assim também conseguindo um dinheiro extra, muito necessário pois a dupla perdeu os pais cedo e tem se virado sozinhos desde então. Mas a sorte sempre sorriu muito para a garota apesar de seu passado triste e ela está prestes a começar a universidade que sempre sonhou fazer, tendo conseguido mais uma vez por um golpe de sorte a última vaga da equipe feminina de patinação no gelo. Isso significaria também que ela finalmente poderá abandonar o disfarce masculino, com o irmão passando a estudar em outra universidade conceituada.

Tudo muda, entretanto, após um encontro inesperado com o rycoh (um drama sem protagonista de família milionária? Sonhou demais!) Wen Bing (Darren Chen), por quem rola uma antipatia imediata. Wen Bing esconde da mãe que frequentará a universidade onde tem o time de hóquei e não a que ela sonhava em que ele fizesse administração. Outra coisa que nosso protagonista esconde é que sofre de prosopagnosia (o clichê, meu pai), ou seja, não consegue identificar rostos, um problema para o qual ele criou maneiras de contornar, mas de vez em quando o assombra nas partidas. Durante esse encontro com Sang Tian, disfarçada de menino, os dois acabam colando os lábios um no outro (you don’t say, clichê?) e de alguma maneira ele passa a conseguir enxergar o rosto da garota enquanto ela “perde” sua sorte e no mesmo dia é informada que perdeu o lugar na equipe de patinação e a casa onde vivia foi incendiada. A solução que a mocinha encontra é entrar de vez no time de hóquei da universidade do unicórnio (sem condições de eu lembrar o nome), se disfarçando de garoto por tempo indeterminado até conseguir reaplicar para uma posição na quipe de patinação, e assim podendo usar o dormitório. E quem será o companheiro de time e dormitório? Isso mesmo, o óbvio, Wen Bing.

Segue-se então uma história de como esses dois primeiro se tornam amigos e depois eventualmente namorados. O “segredo” da identidade real de Sang Tian é logo descoberto por Wen Bing, ainda no começo do drama e porque a mocinha não corta o cabelo como em outros dramas e sim usa uma peruca (e todo mundo sabe que cabelo curto = menino e cabelo comprido = menina, Damares estaria contente com esse plot…), então não tem gay-panic desse lado. Como Wen Bing percebe que consegue identificar o rosto de Sang Tian, ele quer ficar cada vez mais próximo dela e tentar descobrir como isso aconteceu e se seu problema tem solução. Mais lá adiante no drama ele acaba se dando conta de que quando a beija ele detém esse “poder” por alguns minutos, expandindo para outras pessoas no ambiente (o que funciona como uma clara desculpa para mais cenas de bitocas). O terceiro lado do triângulo amoroso (sério que você achou que não teria?) é Shen Wei Lian (Li Jiu Lin), um outro companheiro de time que se apaixona por Sang Tian (e aqui sim temos gay panic).

Existem algumas histórias paralelas rolando, como a do irmão de Sang Tian e a musa da equipe de patinação que é apaixonada desde sempre por Wen Bing, a mimada Meng Na (Miranda Ma) e também tem a história do tio de Wen Bing e da técnica da equipe de hóquei, mas sinceramente caguei para eles, mó romances sem sal. Ali pro final do drama ficam guardados os plots da desaprovação materna de Wen Bing e de como resolver a situação delicada de Sang Tian na universidade, com solução bem fácil e em menos de dois episódios tá tudo resolvido.

Fiquei nesse drama pelos protagonistas, porque a protagonista feminina era bem legalzinha e sabia se virar muito bem, enquanto o menino era bem gentil e não tinha essa parte de protagonista machão que exige coisas da garota ou tem mega ataques de ciúmes. Mas tudo no drama é bem levinho, até os conflitos não escalonam muito. O drama, como muitos chineses, tem aquela tendência a criar situações pouco verossímeis, do nada, só para fazer com que haja alguma interação entre os personagens e isso é construído muito mal e sem avisos antes. De repente eles inventam que tem que colocar um problema aqui ou ali e mudam o personagem para que ele se adeque a isso. Eu nunca vi uma garota tão desequilibrada, que fica caindo no colo do garoto a cada segundo para justificar os beijos. Mas a minha maior implicância era a neve falsa… Eles tinham que colocar o drama num clima invernal, mas ele não foi filmado nesse clima, então dá-lhe neve falsa em tudo o que você vê.

É daqueles dramas só para passar um tempinho quando não tiver nada mais para fazer mesmo. Eu via um episódio por dia antes de dormir e era ótimo para dar uma relaxada em tons pastéis.
Você o encontra na Viki.com e também no YouTube, com legendas em inglês.

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